Umbanda

A palavra Umbanda é um vocábulo da língua Abanheenga, que era falada pela raça vermelha, membros do tronco Tupy. Tem referências Africanas, Indígenas, Europeias e Indianas. A Umbanda é uma junção de elementos africanos (Orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram sincretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada à concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio). No século XIX, os negros africanos cantavam e dançavam nas senzalas, louvando os Orixás. Como os senhores não gostavam desses rituais e crenças, tentavam convertê-los para o Cristianismo, aqueles que não seguiam as ordens eram levados para o tronco sendo “chibatados” até à morte, ou cruelmente torturados. E, como não queriam ser castigados e continuar o seu culto, associaram os Orixás a Santos Católicos, de modo a não desagradar os seus senhores. No final da escravatura, eram possuidores de total liberdade para cultuar os seus Orixás. No Brasil, nasceu em 15 de Novembro de 1908, com Zélio de Moraes, quando recebeu o Caboclo Sete Encruzilhadas. O Caboclo anunciara naquele momento, que uma nova religião se formara, a Umbanda, onde não haveria qualquer tipo de discriminação e estaria aberta a todos. O primeiro terreiro foi o Templo de Umbanda Nossa Senhora da Piedade. A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. A prática da Umbanda faz-nos entender que existem três Leis, que por sua vez governam a Humanidade: a Lei da Evolução, a Lei da Reencarnação e a Lei do Karma. O umbandista tem de perceber estes três segmentos do percurso espiritual, para evoluir e saber qual a sua missão. A Lei da Evolução é a eterna aprendizagem, o eterno movimento, embora por vezes não entendamos que vaguear lentamente pela estrada espiritual é a busca do nosso conhecimento. O espírito desce à matéria, passando pelo reino elemental, mineral, vegetal, animal e humano, facilitando a sua própria existência. Após esta etapa, a consciência sente-se atraída pela espiritualidade e inicia o seu caminho junto com ela. O homem com o conhecimento da evolução, pode chegar ao mais alto nível da sua espiritualidade. Já se fala da Lei da Reencarnação à milénios, e todas as religiões salientam que as almas renascem em corpos mortais. Todos nós sabemos que, se “ se semear boas árvores frutíferas colherá bons frutos.” A cor, a raça, o sexo mudam de uma encarnação para outra, são apenas formas, mas que se fizermos mau uso delas, sofreremos as consequências. A alma apenas troca de corpos, é sempre a mesma, continuando em constante progresso. A Lei da Reencarnação faz o Homem consciente e, ao aceitá-la vislumbra os princípios da fraternidade e igualdade. Quando se fala de Karma, associamos a uma acção menos boa, destinada àquele ser. Karma é o tempo, a acção e a reacção. É a Lei da Causa e Efeito. E, podemos adaptar um ditado popular, que se enquadra na sua definição: “ Quem semeia ventos, colhe tempestades.” Esta Lei explica-nos que, nada acontece por acaso, seja qual for a acção, boa ou má. Numa encarnação, quando o indivíduo tem boas acções, gera um bom karma futuro e anula maus karmas anteriores, o mesmo pode acontecer quando tem acções que prejudica a ele próprio ou aos outros, causando sofrimento e retrocede na sua corrida para a Luz. Por isso, karma é um movimento activo, que se transforma em tudo o que pensamos.

[1]povo que habita(va) o Norte e o centro do Brasil, até o Rio Amazonas.