Ogum

Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, “Rei de Irê”. Por razões que ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni (rei) de Ifé em 1949).

Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esses metais. Foi um temível guerreiro, que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas guerras trazia sempre um rico espólio.

Os lugares consagrados a Ògún ficam ao ar livre na entrada dos palácios dos reis e nos mercados. Estes lugares são geralmente pedras em forma de bigorna, colocadas perto de uma grande árvore: Àràbà. São protegidos por uma cerca de plantas nativas, chamadas peregun ou akoko. Nestes locais periodicamente os sacerdotes realizam suas oferendas.

É costume dizer-se que existem 7 (sete) clãs de Ogum, sendo as formas mais conhecidas: Lebede ou Ogum-de-Le (o jovem), Meje (o sétimo e o velho), Obefaram, Mika, Ogunfa (mora com Ososi e Esu), Xoroque (vive nos portões e nas estradas com Esu).

É o deus do ferro, da guerra e da tecnologia. Patrono dos ferreiros, engenheiros e militares. Seu dia é terça-feira, veste azul-escura ou verde e vermelho. Seus filhos usam contas de louça azul-escura ou verde com riscos azuis. Dança com espada e enrola-se em mariô (folha nova do dendezeiro desfiada), é saudado com o grito Ogunhê!

Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro,um lutador que defende a lei e a ordem. Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum.

Ele é a lei divina em ação, que pune e premia, mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações é impossível.

Este Poderoso Orixá é irmão de Oxossi e de Exu, e conhecido como vencedor de todas as demandas, o Deus Guerreiro das frentes de batalha, vencedor de todas as guerras.

De natureza guerreira, segundo a lenda, Ogum deixou a casa de seu pai Oxalá muito moço para aventurar-se nos campos de batalha,sentia-se profundamente atraído pelas guerras de seu envolvimento nas grandes batalhas nasceu o Amor, e do amor o Casamento, Ogum casou-se com Iansã a Deusa guerreira.

Não podia ser diferente para ambos a guerra era uma meta, mais desta vez o amor havia dominado suas vidas e este amor foi tão intenso, tão sublime que Ogum passou a habitar a terra entre os homens acredita-se que quando Olorum criou o mundo, deixou tudo como herança para o homem. Este não sabia o que fazer com tudo aquilo diante de si, foi então que surgiu Ogum foi ele quem ensinou o homem a fazer ferramentas agrícolas para cuidar da terra em uma época em que o homem estava indefeso diante das feras selvagens.

Ogum ensinou entre outras coisas como fazer armas de guerras devendo se a ele o conhecimento da forja (confecção de instrumentos de metal) para os povos primitivos os utensílios agrícolas tinham igual ou mais valor que armas de guerra.

por tudo isso Ogum consagrou-se como o Orixá da agricultura, da guerra sendo ele o primeiro a confeccionar objetos o mais antigo dos artistas tornou-se o protetor dos artistas plástico.

A mesma mitologia também fala de Gunocô, uma espécie de criado de Ogum, encarregado de guarda no meio das matas as suas armas e ferramentas agrícolas.